ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 12-12-2002.

 


Aos doze dias do mês de dezembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às vinte horas e vinte e um minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Luiz Felipe Scolari, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 136/02 (Processo nº 2309/02), de autoria do Vereador João Bosco Vaz, e à entrega do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Senhor Paulo Rogério Amoretty de Souza, nos termos do Projeto de Resolução nº 070/02 (Processo nº 1634/02), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Compuseram a MESA: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Desembargador José Aquino Flores, Presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS; o Senhor Fernando Carvalho, Presidente do Sport Club Internacional; o Senhor Geraldo Stédile, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Luiz Felipe Scolari, Homenageado; o Senhor Paulo Rogério Amoretty de Souza, Homenageado, e esposa, Senhora Carmen Dora Amoretty de Souza; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário da Casa. Também, foram registradas as presenças do Tenente Jair Roberto da Rosa, representante do Comando Militar do Sul; do Tenente Rafael Dayan Escobar Nunes, representante da Capitania dos Portos de Porto Alegre; do Desembargador Luís Carlos Ávila de Carvalho Leite, Presidente do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Ervino Besson destacou a relevância da concessão, pela Câmara Municipal de Porto Alegre, do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético, respectivamente, aos Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza, historiando a trajetória pessoal e profissional dos Homenageados e salientando a contribuição prestada por Suas Senhorias ao esporte gaúcho e nacional. O Vereador João Bosco Vaz afirmou que as homenagens hoje prestadas aos Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza, através da concessão, a Suas Senhorias, respectivamente, do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético, representam o reconhecimento do povo de Porto Alegre à qualidade do trabalho desempenhado por Suas Senhorias em seus respectivos campos de atuação profissional. O Vereador Fernando Záchia parabenizou os Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza pelo recebimento, nesta solenidade, do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético, comentando aspectos alusivos aos critérios observados por este Legislativo para a concessão de honrarias dessa natureza e exaltando a relevância do trabalho realizado pelos Homenageados em prol do esporte gaúcho. O Vereador Juarez Pinheiro, em nome da Bancada do PT, congratulou os Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza pelas honrarias hoje recebidas, manifestando-se sobre dados relativos à atuação deste como dirigente do Sport Club Internacional e desse como técnico de futebol e treinador da Seleção Brasileira de Futebol, referindo-se, também, a personalidades que se notabilizaram no cenário futebolístico gaúcho e brasileiro. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Celso Roth e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Cassiá Carpes, em nome da Bancada do PTB, saudou os Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético, respectivamente, discorrendo sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos profissionais técnicos e dirigentes de clubes esportivos no exercício de suas funções, especialmente quanto à modalidade do futebol. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, mencionando a paixão despertada pelo futebol em grande parcela da população brasileira, enalteceu o trabalho desenvolvido na área esportiva pelos Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza e afirmou a justeza da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre a Suas Senhorias, através da concessão das honrarias a que fizeram jus. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL prestou sua homenagem aos Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza, tecendo considerações sobre as atividades desempenhadas pelos Homenageados em seus respectivos campos de atuação profissional e declarando que a concessão do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético é merecida, face à contribuição de Suas Senhorias ao esporte gaúcho e nacional. O Vereador Haroldo de Souza, em nome da Bancada do PHS, saudou os Senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza pelo recebimento, respectivamente, do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre e do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético, salientando, em especial, a atuação do Senhor Luiz Felipe Scolari como técnico da Seleção Brasileira de Futebol durante a Copa do Mundo realizada este ano no Japão e na Coréia do Sul. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Fernando Záchia a proceder à entrega do Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Senhor Paulo Rogério Amoretty de Souza, convidou os Vereadores Ervino Besson e João Bosco Vaz para, juntamente com o Senhor João Verle, procederem à entrega do Diploma e da Medalha alusivos ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Luiz Felipe Scolari e, após, concedeu a palavra aos Homenageados, que agradeceram as honrarias recebidas. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, registrou a presença do Senhor João Carlos Caleffi e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte e uma horas e quarenta e sete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada amanhã, às quatorze horas. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador José Fortunati e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Boa-noite a todos. Damos início, neste momento, à Sessão Solene de outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Luiz Felipe Scolari e o Título Honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Sr. Paulo Rogério Amoretty, proposta pelos Vereadores Ervino Besson, João Bosco Vaz e Fernando Záchia.

Compõem a Mesa dos trabalhos: o Sr. Luiz Felipe Scolari, nosso homenageado; Sr. Paulo Rogério Amoretty, também, nosso homenageado, sua esposa, Dona Carmen Dora Amoretty de Souza; o Ex.mo Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Dr. João Verle; Sr. Presidente do Sport Club Internacional, Dr. Fernando Carvalho – e ao saudar o Dr. Fernando Carvalho, quero saudar os demais ex-Presidentes do Sport Clube Internacional -; o Sr. Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Dr. Geraldo Stédile. Queremos, também, dar as boas-vindas ao representante do Comando Militar do Sul, Tenente Jair Roberto da Rosa; ao Tenente Rafael Dayan Escobar Nunes, representando a Capitania dos Portos de Porto Alegre; ao Desembargador Carvalho Leite, Presidente do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional, além dos senhores presidentes, dirigentes e representantes de clubes esportivos; senhores empresários, demais autoridades presentes e às senhoras e aos senhores que nos dão a honra e a alegria da sua presença.

Convidamos a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Ervino Besson, um dos proponentes desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Luiz Felipe Scolari nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, em 9 de novembro de 1948. É filho de Ceci Gabriel Scolari e Benjamim Scolari, oriundos de uma família italiana, com origem na colônia de Vêneto, província de Verona. Mais tarde, formou-se em Educação Física pelo Instituto Porto-Alegrense - IPA. Firmou-se como jogador profissional de futebol em Caxias do Sul, porém alcançou destaque nacional como treinador de futebol. Comandando o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, foi duas vezes campeão da Copa do Brasil, obteve primeiro lugar no Campeonato Brasileiro e na Copa Libertadores. À frente do Palmeiras, conduziu o time à final da Libertadores da América, sendo o único técnico brasileiro a disputar três títulos da maior competição de futebol da América do Sul.

Apesar de ter morado em São Paulo por um período superior a 3 anos, em função de suas atividades profissionais, Luiz Felipe Scolari manteve os hábitos gaúchos e fez com que a imagem do Rio Grande e de Porto Alegre se tornassem presentes em todo o mundo.

Luiz Felipe Scolari começou a marcar na história deste País no dia 15 de agosto de 2001, caro Ver. João Bosco Vaz, quando ele conseguiu trazer o jogo do Paraguai aqui para o nosso Estádio Olímpico, onde o Brasil ganhou de dois a zero. A imprensa, a grande imprensa conseguiu conhecer a competência, a capacidade do Luiz Felipe Scolari.

Mas o fato mais importante que marcou e ficará, sem dúvida, na história deste nosso País, foi aquela entrevista feita por um jornalista ao nosso Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, quando, praticamente, o nosso Presidente pediu a convocação do Romário - do baixinho Romário -, grande craque de futebol, com todo o respeito que temos pelo Romário. Mas aí Felipão demonstrou a sua competência, a sua capacidade; naquele momento, minhas senhoras e meus senhores, o Luiz Felipe Scolari colocou, sim, aquele espírito de brasilidade, aquele espírito de amor a esta Bandeira, pensou no Brasil, pensou no nosso País, e conseguiu ter o respeito e admiração não só do Brasil, mas do mundo inteiro.

Convenhamos, senhoras e senhores, tem que ter conhecimento, tem que ter competência, tem que ter estrutura para, de repente, até contrariar o Presidente de uma nação, mas ele foi convicto, defendeu as suas idéias e a sua competência e conseguiu lavar a alma do nosso povo brasileiro, esse povo tão sofredor.

Meu caro Paulo Rogério Amoretty, que também está recebendo esta homenagem, sabe lá nós, como “colorados” sofredores, ao longo desses anos, consigamos com o seu trabalho, com a sua competência, meu caro Paulo, de repente, colher o aprendizado do Felipão. E tenho a certeza de que, talvez, num breve espaço de tempo, nós consigamos, sim, também aliviar a alma do nosso povo “colorado” tão sofredor.

Portanto, em nome dos gaúchos e das gaúchas, esse nosso povo brasileiro, quero abraçar, com muito carinho, o Felipão, por esse grande feito, um homem que teve os seus avós vindos da Itália, como os meus também vieram. Um abraço carinhoso e fraterno ao Felipão, ao Paulo Rogério Amoretty, que Deus ilumine o caminho de cada um de vocês por essa responsabilidade, porque outras missões na suas vidas vocês irão assumir.

Um feliz Natal e um abençoado Ano-Novo para todos! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Bosco Vaz, também proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Três dias antes de o Felipão embarcar para a Copa, Dr. Amoretty, nós fizemos uma solenidade aqui também, proposta por este Vereador, e entregamos a ele, na oportunidade, a honraria que V. S.ª vai receber, daqui a pouco, por proposição do Ver. Luiz Fernando Záchia: Honra ao Mérito Atlético, que é uma honraria que esta Casa costuma conceder aos grandes homens que trabalham pelo desenvolvimento do esporte, não só pelo futebol profissional, que hoje é um grande negócio, Presidente Carvalho, mas pelo desenvolvimento do desporto como ação social, como desenvolvimento social, e a sua figura pelo seu trabalho, pela sua dedicação, pela sua qualidade pessoal, profissional, é merecedora da honraria, Honra ao Mérito Atlético. Eu costumo dizer, quando realizamos homenagens nesta Casa, que nós, Vereadores, somos apenas agentes nas proposições, porque, na realidade, no fundo, é a cidade de Porto Alegre que está resgatando, por intermédio de todos nós, a qualidade que os senhores desenvolvem na área em que atuam.

O Felipão volta a esta Casa agora para receber o Título de Cidadão de Porto Alegre, e quando o Ver. Ervino Besson e este Vereador apresentaram a proposta, gringo, não só pelo teu feito como técnico pentacampeão - e eu dizia ao Ver. Besson, da nossa amizade de 20 anos, coisas que conversamos, confidências que trocamos, e que quem convive contigo no teu dia-a-dia sabe dessa tua qualidade de amigo, de solidário, de parceiro, de chefe de família, de pai, de profissional da bola que liga para os outros clubes preocupado, preocupado com os teus companheiros técnicos que estão desempregados. Um treinador que passou pelo Palmeiras, que passou pelo Cruzeiro, que todo o fim do mês - vou acabar revelando, Felipão - manda o dinheirinho lá para o massagista do Palmeiras, do Cruzeiro, para comprar, 10, 15, 20, 50 cestas básicas para ajudar aquele pessoal.

Então, esse Penta, esta homenagem, vem reconhecer este teu lado humano, este teu lado voluntário, este teu lado participativo, e vejo aqui os teus colegas do tempo da Seleção Universitária: o Bagatini, o Luiz Cunha Martins, que iniciaram no futebol contigo, isso há muito tempo; está presente aqui o Presidente do Sindicato de Árbitros, José Mocelin, o técnico Casimiro Mió, e tantos outros nomes que vêm aqui te abraçar, abraçar o Paulo Rogério, por tudo isto que vocês têm feito de bom pelo desenvolvimento do desporto. É disso que nós nos orgulhamos, sabemos, e tu mesmo já falaste Felipe: “Olha não vou trabalhar depois do Penta, vou curtir, isso porque a situação é rápida, daqui há pouco eles nem lembram mais que eu sou o pentacampeão”. E a vida é assim mesmo. A vida é exatamente isto. As pessoas não cultuam os nossos ídolos. Nós brasileiros temos essa memória curta, só cultuamos os nossos ídolos quando eles estão em atividade.

Então, por isso que é importante, Paulo Rogério, por isso que é importante Felipe, esta singela, simples homenagem que Porto Alegre faz a vocês através desta Casa, mas é uma homenagem de coração. Uma homenagem singela. Eu sempre digo - para encerrar - que a gente quando recebe uma homenagem, essa homenagem ou toca a nossa vaidade ou toca o nosso coração. Eu tenho certeza de que esta homenagem toca a vaidade dos senhores, mas toca também o coração, por ser oferecida pela Câmara Municipal de Porto Alegre, pelos trinta e três Vereadores, que representam aqui a população de mais de um milhão dessa Capital. Parabéns, Paulo Rogério, por esta iniciativa do Luiz Fernando Záchia.

Felipão, sucesso nessa tua nova caminhada. Viajas para Portugal e levas no coração o carinho de todos os teus amigos. Muito obrigado, um beijo no coração de vocês, na alma de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia, terceiro proponente desta Sessão Solene, está com a palavra.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É importante, como dizia aqui o Ver. João Bosco Vaz, que nós, ao registrarmos, a Câmara Municipal, as homenagens, que queremos fazer com que isso seja referência sobre o que o Luiz Felipe representa e representou a cidade de Porto Alegre. Evidentemente, é extremamente importante. Claro que referencia a conquista do Pentacampeonato, as suas conquistas pessoais, individuais, mas referenciou Porto Alegre ao mundo, quando lá foi identificado sempre, com o seu estilo gaúcho de Porto Alegre. Fazia com que a nossa Cidade, sendo projetada ao mundo, também a projetava por uma atividade com a qual esta Casa tem uma preocupação muito grande, que é o desenvolvimento do esporte, o incentivo ao esporte, o investimento também do Poder Público no esporte, para que possamos criar uma geração nova, para que nós possamos, através desses investimentos, termos a formação de uma geração extremamente mais saudável.

A importância de darmos este Título de Cidadão de Porto Alegre a uma pessoa que é referência no mundo, a uma pessoa que é identificada no mundo e a uma pessoa que identifica a nossa Cidade, é que nós temos a convicção de que poderemos estar ajudando a construir o futuro desta Cidade, para que possamos fazer uma cidade mais equilibrada, uma cidade socialmente mais equilibrada, uma sociedade que terá uma geração mais saudável.

Este Vereador, com a concordância unânime da Casa, apresentou e votamos, Paulo Rogério, o Título de Honra ao Mérito Atlético. Diz, lá na Lei que cria este Prêmio, que é direcionado, dirigido ao técnico ou ao dirigente que se venha notabilizando por continuado trabalho para o desenvolvimento do esporte gaúcho. E nós vemos isso na trajetória pessoal do Paulo Rogério, do amigo Paulo Rogério, não do colorado de quem eu tive a honra de ser o Vice-Presidente de futebol em parte do ano de 1999, que é um amigo pessoal de mais de 20 anos, mas se nós analisarmos a trajetória do Paulo Rogério, envolvido não no Internacional, não somente no Internacional - digo isso olhando os ex-Presidentes como Arthur Dallegrave, como Roberto Borba, como ex-Vices-Presidentes, como o atual Vice-Presidente de Futebol Vitório Pífaro; digo com toda a tranqüilidade, Vitório, a trajetória do Paulo Rogério não se especifica somente no Internacional. É um homem envolvido com a Federação de Ciclismo, de Automobilismo, de Judô, de Futebol de Salão, galgando por diversas etapas e diversas participações, sempre fazendo o que pudesse para construir um esporte cada vez mais saudável. Hoje, o Paulo Rogério é membro efetivo da Câmara de Resolução de Disputa da FIFA, é o único brasileiro, é o único sul-americano, que hoje representa os interesses do futebol mundial na maior entidade do futebol, que é a FIFA. Hoje, o Paulo Rogério é Auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBF. Evidentemente que isso é um orgulho pessoal para todos nós que somos seus amigos. É um orgulho para os desportistas do Rio Grande do Sul termos o Paulo Rogério como membro do STJD e como membro efetivo da Câmara da FIFA. Aí se propõe o Título de Honra ao Mérito Atlético. Temos no Paulo Rogério, como temos no Felipe homens preocupados com o desenvolvimento da atividade esportiva. Eu acho que a função, a preocupação do legislador – e a Câmara Municipal é composta por eles – é homenagear essas pessoas, mas além da homenagem nós temos a preocupação com que a sua atividade, cada vez mais, perpetue a Cidade de Porto Alegre numa condição, aquela pela qual todos nós lutamos, que é a prática desportiva. Temos esses dois grandes exemplos. O Luiz Felipe, quando demos a ele o Título de Cidadão de Porto Alegre, eu tenho a convicção - e sempre digo isso, Felipe, quando me manifesto nessas homenagens - que naquele momento rápido que se faz da reflexão individual, certamente, de tantos títulos que tu já ganhaste é importante saber que a cidade de Porto Alegre te dá essa honraria. E na medida em que tu fazes a reflexão de toda a trajetória da tua vida, de todos os momentos que tu passaste até chegar aqui, que tu deves ser um homem feliz, porque tudo aquilo em que tu apostaste, tudo aquilo que tu investiste, é tudo aquilo que tu és, nessa tua atividade, e a Câmara Municipal reconhece, quando lhe dá este Título.

Paulo Rogério, estou, com muito orgulho, há dez anos nesta Casa e estou me despedindo, indo para a Assembléia Legislativa, no ano que vem e digo que essa é a minha última manifestação. Já encerro, Sr. Presidente, com a tolerância de V. Ex.ª por ser a última manifestação. Haverá Extraordinária, Ver. Juarez Pinheiro, mas talvez não me manifeste, e se me manifestar, não será com a mesma emoção com que me manifesto agora, pois homenageio dois amigos particulares, mas tenho a convicção, Paulo Rogério, que o reconhecimento da Casa, e eu dizia que são poucos os Títulos de Honra ao Mérito Atlético que esta Casa dá, sem dúvida alguma eu faço esta manifestação com muito orgulho, porque entendo que não estamos homenageando o amigo, estamos homenageando ao desportista. É isso que nós queremos para a cidade de Porto Alegre, meu caro e querido amigo Sílvio Silveira: que nós possamos, cada vez mais, ter uma Cidade absolutamente equilibrada, termos uma Cidade mais saudável e a atividade de vocês, a representatividade de vocês ajudou em muito. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Os Srs. Vereadores me conhecem, o Ver. João Bosco Vaz talvez nunca tenha me visto numa Sessão Solene, mas a essa eu quis vir e quis vir, não porque estávamos homenageando figuras ilustres e sabíamos que as galerias estariam lotadas. Eu queria vir, Luiz Felipe Scolari, porque tu não sabes, mas, sem que saibamos, nós temos algumas coisas em comum e eu queria aproveitar essa oportunidade rara. Talvez eu seja, de todos, o que primeiro conheceu Luiz Felipe Scolari. Eu, Ver. Cláudio Sebenelo, que assume, em janeiro, gostaria de agora estar aqui homenageando definitivamente também esses esportistas, eu quero citar dois fatos, talvez eu vá forçar a memória do nosso campeão do mundo. Conheci Luiz Felipe Scolari jogando futebol de salão, como fixo de um time chamado Brasinha, na cidade de Canoas. O colégio, chamava-se à época São José, e hoje ele chama-se La Salle. Junto com Luiz Felipe tinha, e eu quero trazer à memória, acho até que é emocionante Luiz Felipe, um jogador baixinho, do meu tamanho, chamado Marino. E o Marino, com ele eu aprendi a dar aquelas embaixadas que eles davam como fez o Fábio Baiano, quando passou pelo Grêmio e fez um gol, eles chamam de lambreta, não é isso? E ali eu conheci o Luiz Felipe. O Luiz Felipe depois dali foi ser jogador profissional, não sei se ele lembrava disso. Você lembrava do Marino, que foi jogador contigo? Ele nasceu em Passo Fundo, mas a cidade do coração dele é Canoas, eu acho. E eu sou canoense. Hoje ele é campeão do mundo, cidadão do mundo, e eu aqui estou na Câmara de Vereadores, e tenho esse reencontro com Luiz Felipe.

Falarmos de Luiz Felipe, é falarmos do cidadão, é falarmos do jogador, do zagueiro, o forte, mas sempre leal, do companheiro, do amigo dos seus amigos; é falarmos de um treinador absolutamente competente, é falarmos do homem, é falarmos também, Luiz Felipe, de toda uma trajetória que tivemos de treinadores nesse Estado, começando pelos mais velhos. O Amoretty deve lembrar: Teté, Aparício, velho Apa, é falarmos de Enio Andrade, que nos deixou, como Osvaldo Rola, e mais recentemente Carlos Froner, o Osvaldo Rola, que treinou tanto o meu time, como treinou o Internacional, é falarmos também, Paulo Rogério Amoretty, de Jofrei Funchal; é falarmos, e eu não sei se Luiz Felipe conheceu, em Canoas, o Sr. Adão, que treinava o Nacional, que foi o primeiro treinador do Falcão, aliás, eu nunca vi o Falcão falar no Sr. Adão, Ver. Sebenelo. Se um dia tu falares com ele, cobra isso dele, porque eu acho que foi o primeiro treinador do Falcão, foi o Sr. Adão, e o Falcão era reserva do quinto ano B, no Colégio São José de Canoas, foi jogar no Nacional, Záchia, e ali, o Falcão começou a desenvolver a sua atividade. Falarmos em Luiz Felipe, é falarmos em Cassiá, a nova geração de treinadores; é falar em Espinosa, é falar em Casemiro Mior, que aqui se encontra homenageando o Luiz Felipe e o Paulo Rogério Amoretty. É falar, portanto, numa geração de treinadores, onde o Luiz Felipe é a síntese do treinador gaúcho. Hoje qualquer treinador sendo gaúcho já tem, de plano, no mercado brasileiro e até internacional, na Arábia, aquela marca de treinadores sérios, exigentes, de times que, às vezes, nem jogam muito bonito, mas que são sempre vencedores.

Para concluir, Sr. Presidente, quero pinçar dois pontos para concluir, porque todos nós aqui somos esportistas. Nós estávamos cansados, Paulo Rogério Amoretty, de não termos títulos nacionais. Eu lembro, por exemplo, daquela final do Internacional - eu sou gremista -, três vezes contra o Botafogo, 2X2 aqui, 2X2, lá, primeiro; depois, aqui; depois perdíamos lá fora, não ganhamos em São Paulo até que o Dorinho fez o Internacional ganhar, não ganhamos Copa do Brasil; não ganhamos Campeonato Nacional e hoje nós somos o Estado com o maior número, Ver. Záchia, de títulos conquistados. O Luiz Felipe é essa síntese, essa qualidade, essa mudança de patamar no esporte do futebol no nosso Estado.

Por último, eu não poderia deixar de dizer duas coisas. Falar em Luiz Felipe é lembrar o título que o Grêmio conquistou em Cali, no México. Lembrar de Danrlei, Arce, Rivarola, Adilson, Roger, Dinho, Goiano, Arilson, Paulo Nunes, Jardel, Carlos Miguel, é lembrar, Luiz Felipe, aquela volta no vôo da Fly; aquela entrada deslumbrante através da Av. Farrapos e a festa final, terminando no Estádio Olímpico, é lembrar de Felipe, Cidadão do Mundo, maior técnico de futebol e que, agora, se desloca para o Continente que nos colonizou, para ensinar os portugueses a jogar futebol, que já é um grande futebol, tem uma grande seleção, mas precisaria para dar o seu toque final de classe ter Luiz Felipe Scolari. Eu tinha mais uma coisa que o Luiz Felipe iria lembrar, mas tenho que deixar também os meus colegas falarem. Ao canoense, ao passo-fundense, ao campeão do mundo, cidadão do mundo, Luiz Felipe, maior técnico de futebol deste Planeta, meus parabéns. Sinto-me honrado por ter tido essa oportunidade de felicitá-lo, bem como ao meu adversário futebolístico Sr. Paulo Rogério Amoretty. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos dar as boas-vindas também a um técnico vitorioso: técnico Celso Roth.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra e falará em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para eu falar sobre o Luiz Felipe e falar do Presidente Rogério Amoretty é fácil, até porque muitos não devem se lembrar. Quem me substituiu, no Grêmio, foi o Felipão, e eu não estava em baixa, pois fui campeão invicto. Então é uma satisfação, porque esse “mundo da bola” dá muitas voltas. Depois fui treinar o Internacional, em 1998, e, até hoje, o Internacional não ganha um GRE-NAL, no Campeonato Brasileiro, e o último foi comigo, em 1998.

Então, tem coisas que marcam na vida, e o senhor nem se lembra disso. Quero dizer, com isso, que o mundo dá tantas voltas para essas pessoas que trabalham no esporte. Eu só não estou no esporte porque não quero, em virtude dessa teimosia da política, em função da qual perco muitas coisas boas do futebol.

O futebol é uma coisa que enobrece muito o ser humano, e, desta tribuna, vejo os cabelos brancos, o Presidente Dallegrave.

E hoje, como radialista, critico muito sim, mas não o homem, o ser humano. Eu critico as contratações malfeitas, o jogador que jogou mal, porque sei e reconheço que é este um trabalho difícil, ser treinador e dirigente. Então, nós temos que valorizar essas pessoas. Vejo aqui treinadores, o Celso, árbitros da nossa época, dirigentes da nossa época. Olha, trabalhar no futebol não é fácil. É muito mais difícil do que trabalhar aqui na Câmara, porque aqui, tendo o dom da política e sabendo comportar-se como político sério, a coisa vai adiante. Agora, no futebol, não basta ser sério, porque há ingredientes que prejudicam ou ajudam. As coisas não depende só do treinador, mas ele tem de ser forte, tem de ter dignidade, tem de ter conhecimento. E com o Felipão, muitas voltas dei por aí. Não é fácil. Não é na primeira. Então, o Felipão, para nós, abriu também o mercado de São Paulo. O Felipão chegou lá mais forte do que nós, abriu mercado onde nós nos sentimos gratificados e conseqüentemente com o nosso ego satisfeitíssimo, porque a cada vez que o Felipão nos representava, abria o mercado para mais um colega da atividade. E o Felipão sabe disso. Quantas vezes conversamos, quantas vezes nos encontramos em São Paulo e dissemos: “Como é difícil entrar lá!“. Porque nós temos essas peculiaridades regionais de enfrentamento. Como é difícil, Presidente Amoretty! Recentemente, vi o amigo lutando pelo Internacional. No futebol tem as horas ruins e nós temos de sobrepujá-las, vencê-las para conseguir o espaço.

Quero dizer que é uma satisfação para nós, Felipão, Paulo Rogério Amoretty, recebê-los nesta Casa, falarmos de coisas boas, pois as coisas ruins do futebol – isso serve para os dirigentes – nós não devemos deixar que elas venham para que possamos “massificá-las” permanentemente. Devemos esquecê-las, porque no futebol tem muitas coisas boas. E essas coisas boas é que dignificam este momento, Felipão. Paulo Rogério Amoretty e familiares, recebam deste Vereador, da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, integrada também pelo Ver. Elói Guimarães, desta Casa, que tem grandes representantes da área esportiva... Temos radialistas ligados ao esporte, portanto este Plenário está bem representado. Mas vocês sempre estarão representando o futebol do Rio Grande do Sul. Parabéns mais uma vez. Seja, mais uma vez, homenageado pela população de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e falará em nome do Partido Progressista Brasileiro.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A paixão dos brasileiros pelo esporte, particularmente o futebol, quase se pode afirmar que é congênita, tão precocemente é percebida nas manifestações infantis, ainda quando não seria crível que as crianças pudessem ter noção de sua prática. Com tal envolvimento, o alcance da atividade esportiva sobre a vida nacional tem uma magnitude que dificilmente poderá ser avaliada em toda sua extensão. Pois, na prática esportiva, além do proveito à saúde física e mental - mens sana in corpore sano - aprende-se a reconhecer e a respeitar valores individuais e sociais de primeira grandeza, tais como solidariedade, disciplina, respeito ao próximo, planejamento, espírito de equipe, perseverança, equilíbrio e muitos outros mais.

No Brasil, além dessas virtudes do esporte, agregou-se uma outra, muito especial, notadamente nos últimos anos, que é a do ressurgimento e do desenvolvimento do espírito cívico. É lindo, é muito lindo de se ver, ultimamente, as bandeiras nacionais, não apenas em partidas da Seleção Brasileira, mas em todas as partidas do campeonato nacional, sendo agitadas apaixonadamente ou envolvendo os corpos de torcedores, em franca exibição e orgulho da própria nacionalidade. Por tudo isso, e muito mais, que o tempo não permite demonstrar, deveria ser apical o lugar do esporte entre as prioridades nacionais.

Em nome do Partido Progressista Brasileiro, cuja Bancada tenho a honra de integrar, juntamente com os Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch, quero manifestar o integral apoio que damos às homenagens que esta Casa agora presta aos senhores Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza, por exemplar iniciativa dos Vereadores Ervino Besson, Fernando Záchia e João Bosco Vaz, pois os dois homenageados, a sua maneira particular e com seus dotes pessoais próprios, têm dado a sua contribuição para o desenvolvimento do esporte em Porto Alegre, e no restante do Brasil.

Paulo Rogério Amoretty de Souza, advogado brilhante, de grande mérito profissional, recebe o Prêmio de Honra ao Mérito Atlético, por seus mais de 30 anos de atividade direta com o futebol, com ação não apenas na Justiça Desportiva, mas também na linha de frente de nosso mais popular esporte. Submeteu-se, inclusive, ao sacrifício – na minha visão de gremista – de ser Presidente do Sport Club Internacional, que reconheço ser também uma glória do desporto nacional.

Já Luiz Felipe Scolari, o nosso querido Felipão, não é apenas o técnico que nos deu o pentacampeonato mundial de futebol, o que por si só já justificaria o título de Cidadão Honorário que hoje lhe concedemos. O Brasil deve também a Felipão o belo exemplo que a família Scolari deu a cada um de nós, e por que não dizer, ao mundo todo. Como defensor intransigente da instituição familiar, fui tocado muito de perto pela forma como Felipão tratou do assunto. O conceito de família foi fortalecido, porque foi muito bem apresentado entre os integrantes da Seleção, desde que Felipão assumiu o comando e logo se tornou o “paizão” de todos.

Felipão soube agir como um verdadeiro pai, em todas as oportunidades. Aconselhou, orientou e estabeleceu os limites cabíveis. Elogiou, acompanhou nas brincadeiras e contornou situações, quando necessário. Manteve um clima de amizade, de união e de colaboração em toda equipe como nunca antes se viu. Caso inédito na história das seleções brasileiras, por ocasião do encerramento da Copa do Mundo, havia, apesar da conquista, um sentimento nostálgico a tomar conta de todos os integrantes da família Scolari. Cada um lamentava a separação que então ocorreria e que deixou um espaço vazio no coração de todos, pois uma verdadeira e saudável família fora formada. Só isso já valeria um outro prêmio.

A Câmara Municipal de Porto Alegre faz hoje um golaço memorável, um autêntico gol de placa ao homenagear Luiz Felipe Scolari e Paulo Rogério Amoretty de Souza. Parabéns aos dois homenageados e que Deus os abençoe. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e falará em nome do Partido da Frente Liberal.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Divido as emoções nesta hora. Quem me conhece nesta Casa, onde eu me encontro há muito tempo, sabe da minha paixão tricolor; sabe mais, sabe do meu carinho por Luiz Felipe Scolari, pelas glórias que ele deu para o meu clube.

Mas poucos sabem que hoje eu me sinto mais tocado em me dirigir para o meu colega, meu amigo Paulo Rogério Amoretty de Souza, filho do Dr. Nelson, irmão do Régis e meu companheiro do Centro Acadêmico Maurício Cardoso.

Alguns podem ficar confusos, afinal o gremistão declarando carinho ao coloradão. Eu sou mais do que gremista, sou um liberal e essas minhas convicções liberais eu busquei, meu amigo Sebenelo, com um grande “colorado” que foi meu pai, Ivo Pujol, que me deu a liberdade de ser gremista e ser feliz.

Por isso, meu caro Presidente, José Fortunati, os nossos felizes colegas que, numa noite só, fazem tão belas homenagens, nos criaram essa situação paradoxal.

Como dividir as emoções? Como deixar falar o gremista e falar o colega? Eu acho que alguma coisa, Záchia, têm de comum o Felipão e o Paulo Rogério; são dois determinados; são duas pessoas muito convictas das coisas que fazem; duas pessoas que fazem com muita paixão e cumprem, com extraordinário ardor, as suas responsabilidades.

Eu até confesso que, uma vez, olhava o Paulo Rogério, no seu período de Presidente do Sport Club Internacional, e vendo que as coisas não iam bem para a sua agremiação e sabendo que um dirigente esportivo, com muita freqüência, se frusta de ver que seus esforços não dão resultados positivos, eu ficava numa situação de absoluta contradição. Queria ficar solidário com o amigo, mas, no fundo, bem no fundo, eu confesso, Paulo Rogério, eu ficava feliz com a tua tristeza. Esse pecado eu cometi, mas confesso que é um pecado venal, não um pecado capital.

Por isso, Felipão, entendas que eu esteja dando mais ênfase à figura do meu amigo pessoal, porque eu me lembro daquele período muito fértil da nossa vida acadêmica, as nossas lutas estudantis, as nossas assembléias, a atuação do Paulo Rogério, aquela sua destemida presença, sempre disposta à luta, coisa que ele carregou consigo ao longo do tempo e foi acumulando prestígio pela sua atuação como dirigente esportivo, como profissional, como advogado, como professor e, sobretudo, como cidadão.

Então, eu vou fazer uma breve reprimenda aos meus colegas de representação popular: não me coloquem mais nesse dualismo. Não façam com que eu tenha que sopitar a minha paixão tricolor e dizer das alegrias que o Felipão me ofereceu, pela forma com que ele conduzia o meu Clube e, sobretudo, por ter afirmado, no futebol brasileiro, as suas convicções e ter-nos dado a glória do pentacampeonato. Não me façam ter que dividir isso com as belas recordações das minhas lutas acadêmicas, das noites indormidas, das grandes festas, dos grandes embates e dos grandes momentos que vivi ao lado do Paulo Rogério! Um belo caráter, um grande cidadão, um enorme coração, que esconde, nessa sua aparente bravura de homem apaixonado, que discute, que é capaz até de afirmações pesadas, atrás disso - tudo é falsidade - é um baita coração! Sua família sabe bem, a sua esposa bem o sabe, foi isso que, certamente, fez com que os dois consolidassem uma relação que frutificou, deu os filhos e deu uma família consistente, que foi homenageada e louvada pelo nosso companheiro Ver. João Carlos Nedel.

O sinal da campainha aqui é intolerante, “são os 90 minutos sem prorrogação”, não existe a possibilidade de se perguntar quanto tempo o juiz deu de desconto, e o juiz aqui é muito pesado. Eu tinha muito mais coisa para dizer, mas o que eu melhor posso dizer nesta hora é que vocês três foram muito felizes, estão, hoje, permitindo que Porto Alegre destaque dois enormes caracteres. Um, grande, vitorioso, o maior dos vitoriosos do futebol brasileiro e, o outro, um grande cidadão, um enorme caráter e um grande amigo que eu tenho! Um abraço para vocês! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra e falará em nome da Bancada do Partido Humanista da Solidariedade.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Está bonita esta sala, está bonito este Plenário. Se juntarmos todas as emoções que já foram proporcionadas pelos homens que se encontram nesta Casa, nossos corações, certamente, não seriam suficientes para suportá-las. Por que escrevo, não improviso? Porque guardo letras, no fundo do baú da minha vida, para recordar depois os momentos mais importantes da minha existência, quer no rádio, quer na política.

Falo em nome do Partido Humanista da Solidariedade e do Partido Liberal, representado pelo Ver Valdir Caetano, dos Radialistas Régis Höer e João Carlos Sosnoviski da Rádio Gaúcha e de Flávio Dalpizol, da Rádio Guaíba de Porto Alegre.

Estamos aqui para homenagear, com a Honra ao Mérito Atlético, o ex-Presidente “colorado”, meu camarada Paulo Rogério Amoretty, nesta proposição do Deputado Luiz Fernando Záchia. Guardarei palavras para o senhor, para você, Amoretty, quando aqui vieres receber o seu Título de Cidadão de Porto Alegre.

Vou falar um pouco do Felipão. Falar deste novo Cidadão de Porto Alegre é falar de um homem que é amigo da persistência, amigo da transparência, amigo do trabalho, da entrega total naquilo que faz, do amigo dos amigos e também dos inimigos, e de um homem que tem, acima de tudo, personalidade.

Sabemos o quanto é importante o cargo de treinador de futebol da nossa Seleção Brasileira, da importância que esse cargo tem no cenário nacional, comparando-o até ao cargo maior da política brasileira, que é o Presidente da República. Porque o futebol está inserido no contexto da vida da gente brasileira. Pelo que representa na alma do povo brasileiro, o futebol, o treinador da nossa Seleção assume uma importância vital no equilíbrio emocional de uma raça, a raça brasileira.

O futebol, meio onde vivo há 38 anos, tem uma importância capital no povo deste País como a maior válvula de escape para as nossas preocupações, tendo, em períodos de Copas do Mundo, importância capitalizada no sonho de cada um e nos anseios de um povo, buscando a sua felicidade, em busca de emoção e em forma de conquistas.

E quando este cidadão, o novo Cidadão de Porto Alegre foi prensado por altas autoridades, como disse aqui o Ver. Ervino Besson, pela imprensa esportiva e também pela imprensa não esportiva, pela autoridade maior, o Presidente da República, naquele caso Romário, ele “deu a cara para bater”. Foi firme, decidido, com personalidade que só os grandes possuem, arriscando todo um trabalho de Copa e o envolvimento de um Penta que tantos países reivindicavam na Copa Coréia-Japão. Não levou Romário, firmou sua crença, definiu de pronto suas idéias e pensamentos e levou para a Copa os homens que ele entendia úteis e fechados com o seu esquema de trabalho.

Não é para qualquer um bater de frente com as autoridades brasileiras, com a própria CBF, com parte do povo - parte dele - e, principalmente, com a imprensa do eixo Rio-São Paulo.

E o Felipão, marido da guerreira Olga, bateu de frente e encarou na representatividade da coragem que forja os gaúchos.

Era um final de manhã na pequena cidade de Ulsan, na Coréia, quando reencontrei Luiz Felipe Scolari; estava eu e a equipe da Guaíba na corda, considerada a cerca, que separa os integrantes da Seleção e da imprensa brasileira e internacional, estaciona o ônibus que trazia a Seleção Brasileira para o seu primeiro treinamento na cidade de Ulsan, dentro de toda aquela expectativa, às vésperas de uma estréia de Copa – e hoje eu peço prorrogação ao árbitro, não ao Presidente da Casa José Fortunati – e descem Luiz Felipe, Paulo Paixão, logo atrás Ronaldinho Gaúcho e os demais. De longe, aceno para Luiz Felipe e, embora sendo a figura naquele momento, para mim a mais importante do mundo político, social e esportivo do meu País, de forma humilde, abandona o seu itinerário de ida para o campo e se dirige ao encontro de todos nós, como se ele igual fosse. Sorte que só seria possível - eu estava pensando naquele bilhete entregue ao Luiz Felipe se a Seleção também tivesse sorte. E, conseqüentemente, sucesso na Copa prestes a começar. Para mim, uma competição muito importante, quando estaria eu registrando a minha 9.ª Copa do Mundo, uma marca que me orgulha, Felipão, como orgulha você o seu Pentacampeonato, e você levou o bilhete para o bolso e, com certeza, depois de ter lido, no seu apartamento, ficou registrado que ali naquele bilhete não estava um simples narrador de futebol, mas um homem que ao admirar o trabalho de um outro homem - e eu repito -, um trabalho de vital importância para o espírito da gente brasileira, eram palavras sinceras, saídas do fundo do meu coração, comungando ali um desejo profissional e a fé pela vitória de um amigo.

Por isso, meu amigo Luiz Felipe Scolari, receba este Título, proposição dos fantásticos Ervino Besson, João Bosco Vaz e Luiz Fernando Záchia. Receba, com o meu carinho, com o meu agradecimento, em nome do povo gaúcho e brasileiro, pelos momentos de fortes emoções que vivemos juntos mas que, principalmente, proporcionaste à gente brasileira.

Parabéns! E que Deus continue te iluminando, com o Padre Reus te ajudando e eu pedindo para você que coloque no seu time divino Nossa Senhora Aparecida, para que eles iluminem em outros portos da vida, que você seja tão feliz e profissional marcante na existência do esporte das multidões para continuar sendo com o futebol o elo de confraternização entre todos os povos, como foi na Coréia e no Japão e como, espero, estaremos juntos, a família Scolari, no Campeonato mundial de 2006, na Alemanha. Os portugueses estão enganados, nós estamos, sim, expressando “Você é nosso.” Até lá, novo craque do time de cidadãos da querida cidade de Porto Alegre! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Neste momento procederemos à outorga do Título de Honra ao Mérito Atlético ao Senhor Paulo Rogério Amoretty.

Convidamos o Ver. Fernando Záchia para proceder à entrega do mesmo.

 

(Procede-se à entrega do Título.) (Palmas.)

 

Neste momento procederemos à outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto alegre ao Sr. Luiz Felipe Scolari.

 

Convido os Vereadores Ervino Besson e João Bosco Vaz, juntamente com o Prefeito João Verle para proceder à entrega.

 

(Procede-se à entrega do Título.) (Palmas.)

 

O Sr. Paulo Rogério Amoretty, nosso homenageado, está com a palavra.

 

O SR. PAULO ROGÉRIO AMORETTY: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Presidente, no Código Brasileiro Disciplinar de Foot-Ball, CBDF, há um artigo de número 101, cujo parágrafo 2.º diz que quando um advogado defende mais de uma parte, ele pode pedir o tempo em dobro. Aqui nós não defendemos ninguém, mas como vários oradores maravilhosos me saudaram eu vou pedir uma prorrogação desde logo, sabendo que o Luiz Felipe Scolari, fala tão bem, quanto é bom treinador; também vai pedir um pouquinho de prorrogação, depois. Então, eu quero agradecer também as palavras dos Vereadores Líderes das demais Bancadas, referindo-me também ao Ver. Reginaldo Luz Pujol, que é um amigo de longa data, e foi um companheiro de lutas estudantis, muitas assembléias nós interrompemos, participamos, nós tivemos muitas lutas, lutávamos lado a lado geralmente nas assembléias, e o Pujol era muito mais experiente, mais combativo do que eu. Com ele eu muito aprendi a me conduzir em assembléias. Mas tenho certeza que também fui um bom parceiro para ele como ele aqui se referiu.

Demais autoridades, senhores da imprensa, senhoras e senhores. Sou nascido em Porto Alegre, criado aqui em Porto Alegre, me criei na antiga Rua Larga, hoje Rua Santa Cecília, perto de onde havia um campinho de futebol que chamavam todos de Chiqueirinho, hoje é o Hospital da Ulbra. Lá jogava o Walter Beredi, o Waltinho que está ali o grande Arquiteto desta Cidade, hoje, lá jogava o Luís Paulo Pilla Vares que foi um grande goleiro no seu tempo de juventude. Lá jogou o Otacir Gonçalves da Silva Júnior, Otacílio francês jogou ali também. Lá jogaram muitos amigos, muitas pessoas que hoje naturalmente na sua atividade profissional lembram com carinho aquele período, aquele tempo. E foi também ali na Rua Larga que aprendi a jogar futebol nas calçadas de Porto Alegre, porque hoje é muito difícil com toda a razão, Sr. Prefeito, hoje não dá mais para jogar nas calçadas. Mas ali se jogava muito nas calçadas e lá talvez eu tenha formado as discussões de futebol, a minha vocação para ser advogado, e a minha vocação para discutir Direito Esportivo. Eu lembro de Fernando Antonio Barata Silva que também jogava lá, e depois foi Presidente do Tribunal Regional do Trabalho e me apresentou pela primeira vez uma ficha, para nós fazermos um time de futebol. Então, cada um de nós pegou uma ficha comprada na Cauduro e depois cada um de nós pegou um livro de ouro para levar para sua casa para fazer e começaram as discussões sobre se teria que estar escrito ou não-escrito, porque na hora chegou um jogador que jogava melhor do que os outros e não estava escrito. Ali no Chiqueirinho, o Waltinho deve lembrar bem desse período, nós começamos o aprendizado de Direito Esportivo. Tenho realmente muitos anos no Direito Esportivo. Comecei no Internacional e hoje faço parte da CBF e da FIFA, mas uma das coisas que me orgulha, que um dos lugares onde eu defendi com muito orgulho, poucas pessoas sabem disso, mas defendi junto com outro grande advogado do Internacional, que é o Antonio Olavo dos Santos, o Vico, quando defendi aqui no edifício em frente à Paineira, defendi jogadores mirins do Internacional no Serviço de Recreação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Aquilo causou-me espanto, mas defendíamos todas as categorias do Internacional e para nós era um orgulho defender os meninos do Internacional e fazer a nossa homenagem aos jogadores que estavam ali e eram designados pela Prefeitura. Porque na minha cidade, onde passei por todas as federações de futebol, basquete, futebol de salão, como disse, ciclismo, motociclismo, judô, tênis de mesa, na minha cidade se pratica um Direito Desportivo de alto gabarito. Felizmente, na família, temos hoje outras pessoas, Dr. Daniel Cravo Souza, grande advogado do Direito Esportivo, Dr. Gustavo André Souza, grande advogado, não está aqui, a minha família, Marcelo e Eduardo que se encaminham para o Direito Esportivo. Mas o maior orgulho que tenho é quando chego hoje na FIFA e digo que sou de Porto Alegre, e as pessoas sabem a minha cidade, a partir do Dunga, a partir do Falcão, a partir do Ronaldinho gaúcho, e também porque sabem que o Luiz Felipe, se não é Cidadão de Porto Alegre, sabem agora que aqui ele começou a brilhar esplendorosamente como treinador, este homem que é um grande homem do nosso País, tem a minha amizade, de quem sou credor, poucas pessoas sabem disso, porque ele prometeu que um dia vai treinar o Internacional. Isso faz uns 10 anos que conversamos, e de quem o Internacional tem uma proximidade, porque a sua esposa Olga é colorada convicta; usa a camiseta que mandei para ela, e tenho certeza de que a Direção vai mandar uma camiseta mais nova e vai levar esta camiseta para Portugal.

Eu só tenho a agradecer por esta homenagem desta Cidade, desta grande Cidade, que é a minha Cidade, que apenas estranho que algumas pessoas morem aqui e digam que moram em outra cidade. Para mim, o Internacional é gaúcho, nasceu nesta cidade, e esta Cidade está no meu coração e no coração da minha família, que hoje, nesta homenagem, recebe um pouco daquilo que sem querer o futebol e o Direito Esportivo e as outras federações tiraram da minha família, da minha mulher, dos meus filhos, muitas vezes me ausentei de Casa. Mas a minha família, tenho certeza, os meus filhos, a minha norinha, minha mulher, estão levando daqui o orgulho da homenagem que não é só para mim, é para minha família, meus amigos do Internacional, para os meus colegas, para os dirigentes que já passaram, o grande Frederico Arnaldo Balvê, para um dirigente que foi enterrado ontem Luiz Armando Dariano, um homem maravilhoso, um orador sensacional, um homem que foi Presidente do nosso Conselho e que ensinou muito a todos nós também. Essa homenagem que eu recebo, recebo por todos eles.

Muito obrigado meu irmão de coração, duas vezes. Muito obrigado Srs. Vereadores João Bosco Vaz, Ervino Besson, Pujol, Juarez Pinheiro, Cassiá que eu tive a felicidade de buscar para levar para o Internacional e Ver. João Nedel. Muito obrigado Prefeito. Muito obrigado Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): É com muita alegria que concedemos agora a palavra ao Técnico Pentacampeão Luiz Felipe Scolari.

 

O SR. LUIZ FELIPE SCOLARI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Como eu sou técnico de futebol e tenho que ser rápido, pensar rápido, agir rápido, fazer uma troca rápida, não vai dar para saudar todo mundo aqui.

Um abraço a todo mundo, principalmente ao pessoal da Mesa e aos meus colegas que aqui estão nesta homenagem maravilhosa.

Hoje, mais uma vez, eu recebo um diploma, diploma que parte da imprensa carioca e parte dos cariocas não aceitam, do Instituto de Porto Alegre onde me formei, parece–me que eu não sou Professor de Educação Física, não fiz um curso de Técnico de Futebol. Então, quem sabe com esse diploma eu possa apresentar mais alguma coisa em termos de “mundo todo”, porque eles não acreditam muito na gente.

Dizer a vocês que o que mais orgulha a gente quando está principalmente fora é dizer que nós somos gaúchos. Gaúcho, que muitas vezes, como alguém falou anteriormente, não é bem aceito, principalmente no Rio e em São Paulo. E dizer que a gente é gaúcho do interior do Estado e que hoje recebe uma homenagem de Porto Alegre! Nós queremos, como o Amoretty faz na FIFA, e eu, hoje, no Brasil ou fora do Brasil, dizer que é um orgulho, é uma satisfação, é uma alegria mostrarmos que somos gaúchos e de Porto Alegre, também de Porto Alegre.

Quando ouvi que eu “enfrentei” muitas coisas, não é a realidade. Eu não enfrentei, apenas fiz o meu trabalho de acordo com o que achava correto e com a minha convicção. Hoje eu sou chamado de “convicto”; quando saí era outro o nome que me davam. Mas a gente tem que mostrar, todo dia, capacidade, liderança, vontade, disciplina, tudo aquilo que para a gente, aqui no Sul, é normal, é nosso - ninguém faz diferente aqui. Quem fizer diferente aqui não vence. É por isso que nós somos vencedores, aqui e fora daqui. E é por isso que eles nos querem copiar e não conseguem.

Então, quero dizer a vocês, mais uma vez, que esta homenagem, para mim, é maravilhosa, porque divido, como gremista, com um colorado. Colorado que recebeu, em determinado momento - se não me engano, uma das mil camisas que o Internacional produziu num determinado ano -, uma delas. Foi um presente do Amoretty a minha esposa, que é colorada. Alguma coisa tem que acontecer na família que vai para o outro lado.

A gente lembra perfeitamente desse gesto do Amoretty, a camisa está inteirinha, não te preocupes, a gente guarda com muito carinho. Eu não me esqueci da promessa, ainda não tive condições de aceitar, quem sabe um dia eu venha a treinar, sim, o Internacional e com todo o meu coração. (Palmas.) Porque identificação, amizade, carinho e trabalho, o profissional que tem esse tipo de atitude consegue em qualquer clube em que ele trabalhar.

Quero dizer a vocês que, para mim, mais do que Título de Pentacampeão, mais do que as homenagens que recebi do Grêmio, mais do que me lembrar do meu tempo de jovem, lá em Canoas, no Brasinha, é a satisfação de estar com os amigos, não só os três nossos amigos aqui, meus amigos particulares, que fizeram essa proposição e que nos deram este Título, mas todos vocês, porque eu sei que, naquele momento em que eu estava na Seleção, todos vocês estavam torcendo, não só pela Seleção, mas principalmente pelo gaúcho. Então, muito obrigado, agradeço de coração, principalmente aos meus colegas de Educação Física, principalmente a ex-árbitros, que, pela amizade que tinham comigo, não me expulsavam, aos meus colegas técnicos que aqui estão e ao carinho que vocês dedicaram, em todos os momentos, à Seleção Brasileira, porque, quando se manda de fora, de longe, a confiança, um aspecto positivo, é bem recebido, e a gente volta - e foi o que os jogadores fizeram - ganhando o Título Mundial.

Então, neste momento, eu quero lembrar que todos aqueles que lá estiveram na nossa delegação, também são homenageados com este Título de Cidadão Porto-Alegrense. Mas eu vou ficar com ele para mim, porque alguns não vão entender o que é ser gaúcho. Obrigado, um abraço, tudo de bom. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convido todos para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Antes de encerrarmos a presente Sessão, Dr. Paulo Rogério Amoretty, faço questão de salientar que o senhor acabou esquecendo, mas faço questão, em seu nome, de citar o seu cunhado João Carlos Caleffi, a quem também prestamos homenagem.

Agradecemos a todos pela presença e damos por encerrada a presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h47min.)

 

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